Face lenhosa – O Brasil está se acostumando com as zombarias dos
integrantes do Estado, sem que o povo esboce qualquer reação. Revisor do
processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o ministro Ricardo Lewandowski
se defendeu das críticas que vem recebendo desde a tarde de
quinta-feira (23), quando no plenário do Supremo Tribunal Federal
absolveu o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, acusados de
corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
“Já esperava. As críticas, as incompreensões, isso faz parte do nosso
trabalho. Mas eu tenho certeza de que o Brasil quer um Judiciário
independente, um juiz que não tenha medo de pressões de qualquer
espécie”, disse Lewandowski nesta sexta-feira, durante intervalo de uma
audiência pública em se discute o uso do amianto no País.
O ministro-revisor está correto ao afirmar que o País deseja uma
Justiça independente, o que não ficou caracterizado em seu voto a favor
do quarteto de mensaleiros. Lewandowski, ao que parece, confunde
independência com o suposto direito de proferir um voto tendencioso e
que avilta a dignidade do povo brasileiro.
Como mencionado em matéria anterior pelo ucho.info,
Ricardo Lewandowski apela ao absurdo ao afirma que inexistem provas
contra João Paulo Cunha e os outros três acusados de envolvimento no
maior escândalo de corrupção da história nacional.
Para deixar claro que a farsa deve dominar o julgamento que
praticamente paralisou o STF, Lewandowski completou: “Eu acho que o juiz
não deve ter medo das críticas porque o juiz vota ou julga com sua
consciência e de acordo com as leis. Não pode se pautar pela opinião
pública”, completou o ministro. Ora, se o ministro acredita que o
julgador deve se ater à própria consciência e às leis, que absolva,
então, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do banco do Brasil,
condenado pelos mesmo crimes cometidos por João Paulo Cunha.
Com essas declarações estapafúrdias Ricardo Lewandowski mostra que
por debaixo das sisudas togas que desfilam pelo plenário do Supremo há
muito mais interesses escusos do que imagina a vã filosofia. Em um país
com sociedade minimamente organizada, a pressão sobre os magistrados
defensores da corrupção já tinha alcançado as ruas a bordo de protestos
barulhentos e incessantes. Muda Brasil!
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